Debate em Macapá discute sobre a saúde da trabalhadora vítima de escalpelamento
Seminário abordou as sequelas e suas interações com as barreiras sociais que caracterizam a vítima de escalpelamento como Pessoa Com Deficiência.
Falar sobre saúde nunca sai de evidência, o “Seminário Amapaense de Saúde da Trabalhadora Vítima de Escalpelamento”, realizado pelo MPT no último dia 26/01, em Macapá, contou com a presença da Professora Drª Vania Ferreira, pesquisadora e professora da UNIFAP (Universidade Federal do Amapá), da presidente da Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia, Maria do Socorro Pelaes, para capacitação e debate com representantes de órgãos de saúde, em especial o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) e perícia do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social, representada na ocasião pela perita médica Diellen Salman).
O evento teve foco sobre as sequelas do acidente de escalpelamento e seu impacto na vida das pessoas atingidas. A capacitação teve o objetivo de informar, tendo em vista o desconhecimento da sociedade sobre as pessoas vítimas de escalpelamento. Foram apresentados estudos pela Professora Drª Vania Ferreira, fisioterapeuta que conduz projeto de pesquisa científica sobre o tema. Houve também o depoimento da presidente da AMRVEA sobre as dificuldades e obstáculos encontrados em buscar educação e profissionalização para ingressar no mercado de trabalho.
Representando o MPT no debate, a procuradora Ana Lúcia González falou sobre o novo conceito trazido pela Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que desloca o foco na questão da deficiência da pessoa, e volta o olhar às barreiras que a sociedade acaba impondo, impedindo a inclusão em igualdade de condições com as outras pessoas. As pessoas sobreviventes do escalpelamento, tendo em vista as sequelas físicas, que extrapolam a questão estética, aliado ao desconhecimento da sociedade e as barreiras enfrentadas, enquadram-se na condição de pessoa com deficiência.
O Cerest comprometeu-se, ao final do evento, a acolher essas pessoas e considerar a condição de pessoa com deficiência, pois há a necessidade de se pensar no indivíduo de forma mais ampla.
Ministério Público do Trabalho
Assessoria de Comunicação