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Empresário flagrado coagindo trabalhadores para voto presidencial firma Termo de Ajuste de Conduta com MPT no Pará

Empregador publicou um vídeo se retratando pelo ato e terá de pagar indenização por danos morais individuais e coletivos.

Foi firmado hoje, 7 de outubro de 2022, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público do Trabalho PA-AP (MPT) ao dono da Cerâmica Modelo, situada em São Miguel do Guamá, no Pará. O empresário aparece em vídeo, que circula nas redes sociais, coagindo trabalhadores a votar em determinado candidato nas eleições presidenciais e terá que pagar indenização aos empregados coagidos, além de dano moral coletivo e publicar um vídeo se retratando à sociedade.

Segundo as cláusulas do TAC, ao empresário foi dado um prazo de 48 horas para publicar o vídeo, que deverá ser amplamente divulgado no aplicativo de conversa onde viralizou, bem como autorizado sua reprodução pelos veículos de comunicação em âmbito nacional. O documento prevê também que o empregador não mais constranja ou ameace seus funcionários para o voto em quaisquer candidatos, nem incite empregadores de outros setores econômicos para que assim o façam. Ele também não poderá demitir, manter ou admitir empregados com base na sua orientação político-partidária.

Indenização

Quanto às indenizações, o empresário terá que pagar R$ 150 mil a título de dano moral coletivo. Desse valor, R$ 50 mil serão destinados ao custeio de campanha de conscientização política direcionada aos empregadores, por meio das principais emissoras de rádio do Estado do Pará; e R$ 100 mil direcionados a projetos sociais a serem indicados.

O proprietário da Cerâmica Modelo também deverá pagar o valor de R$ 2 mil a cada um dos seus trabalhadores com vínculo de emprego formalizado ou não formalizado, além de assinar as carteiras de trabalho dos empregados sem registro e fornecer equipamentos de proteção individual (EPI).

Instituições parceiras

Participaram da ação fiscal que culminou na assinatura do Termo de Ajuste de Conduta, o MPT, a Polícia Federal (PF) e a Auditoria Fiscal do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho no Pará (SRT-PA). Além dessas instituições, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) teve um papel importante no levantamento preliminar de dados do empregador e no fornecimento da estrutura local da Promotoria de Justiça de São Miguel do Guamá.

A PF indiciou o empresário por condutas relacionadas a crimes eleitorais e a Auditoria Fiscal do Trabalho lavrou diversos autos de infração relacionados, entre outras coisas, à ausência de registro de empregados e falta de EPI.

 

Veja o vídeo de retratação do empresário no link: https://drive.google.com/drive/folders/1Kiye7_i_Zux6pYm2wot6XLBMCeg6vgPT?usp=sharing

IC 001577.2022.08.000-3

Ministério Público do Trabalho

Assessoria de Comunicação

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