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Universidade Federal do Amapá busca alternativas mais baratas de testagem em massa para COVID-19

Com apoio de equipamentos doados pelo MPT e UNOPS, Unifap analisou amostras para exames de RT-PCR da população do Estado.

No início de maio, o Laboratório de Microbiologia e Imunologia da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), vinculado ao Curso de Medicina, coletou amostras para exames de RT-PCR na população do Amapá como parte de um projeto que busca fornecer uma alternativa mais barata que a testagem em massa da população para monitoramento da COVID-19 na região. A realização do estudo contou com o auxílio de equipamentos doados pelo UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em compras e infraestrutura, com recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho no Pará e Amapá (MPT).

As amostras para exames de RT-PCR foram coletadas em Macapá, Santana e Mazagão. Foram selecionadas 264 residências distribuídas por toda a Região Metropolitana de Macapá (RMM) para o estudo. Com uma equipe de coleta contando com o apoio de 20 alunos de graduação e pós-graduação da área da Saúde, as coletas foram todas realizadas nos dias 7 e 8 de maio, para que se pudesse ter um retrato da situação epidemiológica naquele momento.

Equipamentos doados – como cabine de segurança biológica, centrífugas e outros – foram necessários para garantir a segurança dos pesquisadores dentro do laboratório, e também para aumentar a rapidez na análise das amostras. Segundo o professor da UNIFAP que coordena a pesquisa, Emerson Castilho, os equipamentos fizeram com que o laboratório ganhasse muito em eficiência e que “hoje está muito próximo de outros laboratórios de ponta no Brasil e no mundo, que conseguem executar testes de biologia molecular com o vírus da COVID-19”.

O projeto tem como objetivo fornecer uma alternativa mais barata do que a testagem em massa da população. Algo que é realizado em muitos países desenvolvidos, mas que tem um custo bastante elevado e necessita de equipamentos e equipe altamente qualificada para a execução do exame por RT-PCR. Além disso, iniciativas como esta permitem um monitoramento real da situação da pandemia, permitindo, inclusive, que se possa tomar medidas de controle de forma antecipada e evitar o colapso do sistema de saúde. Com isso, sabendo-se o momento correto de implementação de lockdowns, estas medidas serão mais eficazes e mantidas por menos tempo, causando menor impacto na economia.

A procuradora do Trabalho e coordenadora da Procuradoria do Trabalho de Macapá, Alice Almeida Leite, ressaltou o empenho do MPT na superação da pandemia, que até o momento já destinou à sociedade brasileira mais de 364 milhões de reais. “Entre os diversos projetos contemplados, a equipagem do Laboratório da UNIFAP com o apoio do UNOPS se destaca, sobretudo pela importância da ciência e do conhecimento para solucionar os maiores problemas da humanidade”, afirmou.

“Quanto melhor for o monitoramento do vírus, maior será a eficácia da implementação de medidas de isolamento e menores os impactos negativos na vida das pessoas”, afirmou Claudia Valenzuela, diretora e representante do UNOPS no Brasil.

Resultados da pesquisa

Dos 264 participantes amostrados, 25 (9,5%) deram resultado positivo no teste. Extrapolando para a população da RMM, os resultados indicam que cerca de 60.000 pessoas possam ter o vírus. “O mais interessante é que uma em cada três pessoas que tiveram resultado positivo relatou não ter nenhum sintoma nos dias anteriores da coleta”, ressalta Castilho, que explica que este número inclui tanto os pacientes assintomáticos quanto aqueles em fase pré-sintomática, ou seja, que estavam nos dias iniciais da infecção. Além dos testes diagnósticos, as amostras positivas serão enviadas para sequenciamento do genoma do vírus, o que permitirá, também, que se saiba quais as variedades do vírus estão em circulação no Amapá.

“A partir de agora, as novas pesquisas de monitoramento da situação epidemiológica na Região Metropolitana de Macapá possibilitarão melhores formas de administrar a crise, na medida em que fornecerão informações de alto valor estratégico aos gestores públicos, aos quais incubem coordenar a sociedade nesse difícil momento”, completou a procuradora do MPT.

O projeto

O projeto “Testes ‘Randomizados’ de Covid-19: uma alternativa ao teste em massa para monitorar infecções por SARS-CoV-2 na população do Amapá, Brasil” é apoiado por colaboradores da UNIFAP, Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e Universidade de Brasília (UnB). Mas também teve apoio do Setor de Transportes da UNIFAP, do projeto “Faceshields” da UNIFAP, e de financiamento da Fundação Tumucumaque/FAPEAP. Além dos equipamentos – cabine de segurança biológica, centrífugas, geladeiras, freezers e mobiliários – doados pelo MPT e UNOPS.

PGEA 20.02.0801.0000121/2019-71

Com informações do UNOPS

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