MPT e TRT realizam blitz contra trabalho infantil em pontos estratégicos de Belém
A ação aconteceu no dia 12 de junho, em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil e levou conscientização e informação a rodoviários e passageiros de transportes coletivos, estimulando a população a denunciar casos de exploração infantil
O Ministério Público do Trabalho (MPT) junto com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT8), SEMOB e outras 30 instituições parceiras realizaram blitz em pontos de grande movimentação da cidade de Belém para responsabilizar e conscientizar sobre trabalho infantil. Com mensagem sobre estímulo aos estudos, lazer e responsabilidade social, procuradores, desembargadores, agentes de trânsito e estudantes subiram nos ônibus para ratificar a importância do combate ao trabalho infantil.
Os motoristas e cobradores dos transportes públicos também aderiram à causa, muitos vestiam a camisa da campanha com a frase “Diga não ao trabalho infantil”. “No dia a dia a gente vê muita criança trabalhando dentro dos ônibus, então eu acho muito importante a ação. Lugar de criança é na escola, assim como meus filhos estudam, quero que todas as crianças possam ter essa oportunidade”, disse Alexandre Barroso, motorista de um dos ônibus parado na blitz.
A abertura dos trabalhos foi realizada às 8h30, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, situado na Praça Brasil. Na cerimônia, a desembargadora Zuíla Dutra, integrante da Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Infantil do Tribunal Superior do Trabalho, foi enfática, “falo em nome de 168,421 crianças e adolescentes do Estado do Pará que deveriam estar sendo protegidas mas que estão perdendo suas infâncias e seus futuros em atividades classificadas entre as piores formas de trabalho infantil. Eles estão lutando para sobreviver numa fase da vida onde deveriam estar na escola, brincando e exercitando o direito de sonhar”.
Na mesma toada, a procuradora-chefe do MPT PA AP, Cintia Leão, reforçou o prejuízo que a banalização do trabalho de crianças representa. “O trabalho infantil não pode ser visto como algo natural, pelo contrário, é um sintoma grave de uma sociedade doente. O trabalho infantil adoece, violenta direitos básicos de crianças e adolescentes e viola a própria sociedade, que não pode se desenvolver de maneira justa e igualitária”, declara.
Dados
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 152 milhões de crianças entre 5 a 17 anos foram submetidas a trabalho infantil, em 2016. No Brasil, 2,5 milhões criança e adolescentes estão submetidos a trabalho proibido, de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE).
Além da Blitz do dia 12, na semana do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, o MPT também esteve em diversas escolas municipais. No dia 11 de junho, a procuradora do MPT Rejane Alves, coordenadora regional de combate ao trabalho infantil, esteve na escola municipal Comandante Klautau, no bairro da Sacramenta em Belém, para a culminância do projeto MPT na Escola, que engloba diversas ações voltadas a discutir o tema do trabalho infantil dentro das salas de aula. No dia 12, a coordenadora, que também participou das abordagens realizadas dentro dos coletivos, esteve no colégio Inês Maroja.
Ministério Público do Trabalho
Assessoria de Comunicação